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Mostrando postagens de novembro, 2017

Nós, os outros...

Os meses avançando lentamente… As noites longas e os dias fatigantes. Os ponteiros do relógio se tornando preguiçosos. Como no avançar da madrugada, quando mirados por olhos despertos. Aqueles dois olhos, sem cor, me espreitavam com alguma curiosidade. Talvez… Imaginei os faróis que iluminariam a beleza que se apresentaria com o tempo. Seria um guia cuidadoso. Daria a direção e teria a paciência que deixa o despertar se anunciar naturalmente. Como o criador, no dia da criação, quisera ter olhos para presenciar a percepção que se elabora no vazio do saber. No denominar das coisas que primeiro sentimos. Nas belezas que existem antes de terem nomes. O céu da alma, as nuvens das formas e das sombras… A lua decorando o sonho. E o tempo passando. As estrelas dando brilho à longa noite e prenunciando a madrugada… o dia. E a vida passando, seguindo… E tudo mudando. Os olhos ganhando cor. E todas as coisas… Ganhando nomes. A vida e os sonhos vivendo outras experiências. Outros camin...

Dias nublados...

O domingo amanheceu nublado. Lentamente o céu começou a chorar uma chuvinha fresca e mansa. Embalando o romantismo, o sonho, o sossego e a paz. Talvez a dor e a tristeza... A rua molhada, o carro avançando… Buscara-o na sexta-feira, depois da meia noite, com muita saudade e desejo de passar algum tempo conversando e olhando para ele… Em princípio, um pouco triste, me deu um abraço diferente. Daqueles que nos consolam quando sentimos saudade de algo que não lembramos, mas sabemos que existe em algum lugar do tempo de nossa nossa alma. O carro avançando… Disse-me que uma vida se extinguia e isso o entristecia. Ve-lo assim, também me entristeceu. Tomado por um desejo de ajudá-lo, enquanto dirigia o automóvel na noite, falei que a vida tem que ser bem vivida. Moldada com caráter e bons pensamentos. Que não podíamos simplesmente vê-la passando. Que nossas ações eram importantes, pois não viveríamos eternamente, nesse mundo. Interrompendo seu olhar para o nada, me disse: - Você sa...

Naturalidade...

Naturalidade... Sempre nos referimos a esse termo quando suspeitamos de anormalidade em qualquer setor da vida e buscamos a compreensão ou explicação para aquilo que vislumbramos como algo correto. Quantas vezes dizemos que não achamos algo natural? Mas viver naturalmente nos custa tão caro... Algumas circunstâncias nos confundem e as  dúvidas permanecem sempre as mesmas. Às vezes recorro aos poetas, escritores e filósofos. Mas suspeito deles também. As palavras escritas são bonitas, pensadas e têm um grande poder de persuasão. Mas são registradas após o sentimento, em um momento de lembranças das experiências vividas in loco ou simplesmente intuídas com certo romantismo. Mesmo contendo muita sabedoria e verdade, elas desconsideram que, ao nascer, nos expomos a toda sorte de possibilidades na vida. Situações em que perder ou ganhar fazem parte de uma engrenagem que pode nos beneficiar da mesma forma. Direta ou indiretamente. Alguns dizem que ganhar é melhor. Concordo e me agrada...